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Mostrando postagens de novembro, 2010

"Sabemos dizer o que sabemos sentir."

Acredito que Cervantes percebeu que há muitos discursos vazios. Discursos extensos e insípidos, inodoros e ininteligíveis. Fala-se muito, escuta-se pouco e conclui-se nada. A repetição de palavras e idéias me perturbam. Parece uma enorme revisão. Preciso de conteúdo, de experiência, de sentido. O vazio dos discursos que não têm nada a dizer me aborrecem. É, Cervantes percebeu, quando falamos daquilo que têm importância para nós, daquilo que nos apaixona, as imagens e personagens do nosso discurso ganham corpo e transcedem para o imaginário alheio, aí sim, nos comunicamos e somos compreendidos. Talvez seja por isso que o amor e a amizade muitas vezes não florescem, porque só existiram e tiveram importância numa alma.  A verdadeira amizade e o amor perfeito existem onde os sentimentos não precisem ser exaustivamente narrados, eles simplesmente existem e, por isso, sutentam-se, crescem e tornam-se impossíveis de serem contidos.  Eu também. Percebi que Cervantes, entre outras coisas, era u

NO FIM, TUDO DÁ CERTO.

Problemas, ah, quem não tem?! Precisamos dimensioná-los e colocá-los onde menos atrapalham nossa felicidade. Pior, você sabe explicar a origem de todos seus problemas? Desconheço de onde vêm a maioria dos meus. Nunca os desejei. Não os compreendo. Se bem que estou convicto: o incompreensível, o irracional e o inexplicável me cativam. A racionalidade, a regra de três e o absolutamente inquestionável paralisam, atrofiam e não me fazem crescer. Quando a solução é óbvia o caminho é tedioso. Os desafios e os problemas movem o mundo, impulsionam a ciência e, particularmente, me motivam. Confesso que tenho grandes desafios a superar, decisões a tomar, mas não estou triste, ao contrário, tenho o que fazer. Com fé e trabalho vou transformar as pedras do caminho em degraus e, mesmo que eu não faça isso, vou juntá-las e atingir o que me aflige. Enfim, não sei por que certas coisas sobreveem sobre nós, mas sei que não estou nem aí. E, utilizando o clichê: No fim vai dar tudo certo e, se ainda não

"Sabemos dizer o que sabemos sentir."

"Sabemos dizer o que sabemos sentir." Acredito que Cervantes percebeu que há muitos discursos vazios. Discursos extensos e insípidos, inodoros e ininteligíveis. Fala-se muito, escuta-se pouco e conclui-se nada. A repetição de palavras e idéias me perturbam. Parece uma enorme revisão. Preciso de conteúdo, de experiência, de sentido. O vazio dos discursos que não têm nada a dizer me aborrecem. É, Cervantes percebeu, quando falamos daquilo que têm importância para nós, daquilo que nos apaixona, as imagens e personagens do nosso discurso ganham corpo e transcedem para o imaginário alheio, ai sim, nos comunicamos e somos compreendidos. Talvez seja por isso que o amor e a amizade muitas vezes não florescem, porque só existiram e tiveram importância numa alma. A verdadeira amizade e o amor perfeito existe onde os sentimentos não precisem ser exaustivamente narrados, eles simplesmente existem e, por isso, sutentam-se, crescem e tornam-se impossíveis de serem contidos. Eu também.

Algumas fotos da viagem ao Peru

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História de um pequeno ato

Um homem foi chamado à praia para pintar um barco. Trouxe tinta e pincéis e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante, como fora contratado para fazer. Enquanto pintava, notou que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Procurou e descobriu que a causa do vazamento era um buraco e o consertou. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi. No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e lhe entregou um cheque de grande valor. O pintor ficou surpreso e falou: “O senhor já me pagou pela pintura do barco.” “Mas isto não é pelo trabalho de pintura”, falou o homem. “É por ter consertado o vazamento do barco.” “Foi um serviço tão pequeno que não quis cobrar”, acrescentou o pintor. “Certamente o senhor não está me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante!” “Meu caro amigo, você não compreendeu”, disse o proprietário do barco. “Deixe-me contar-lhe o que aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar o vazamento. Qua

O AMOR FAZ MILAGRES.

Era uma vez um casal muito apaixonado que após sete anos (somados namoro e noivado) estavam a um mês de suas núpcias. Ela, por zelo feminino e por ser cuidadosa e preocupada com sua saúde, resolve fazer uma série de exames, de diferentes espécies. Ao receber os resultados dos exames ela descobre que há uma somatória de fatores que a impedem de ter filhos. Ele, sem saber do resultado, vai buscá-la no consultório onde ela acabara de receber a notícia. Ao chegar, o rapaz a encontra em prantos. Ela olha para ele e diz: Não quero mais me casar com você, pois sei que um de seus maiores sonhos e ter filhos (na verdade, eles já haviam até escolhido o nome do primeiro filho) e eu não posso ter filhos. Ele, corroido interiormente, diz: não é assim, estamos juntos e continuaremos juntos, procure outro médico, os médicos erram e, ainda que for verdade, confiamos em Deus e seja como Ele quiser. Ela então buscou outros médicos e, quanto mais exames, pior se tornava o diagnóstico. Ele, que realmente

Um apelo ao sentimento

"Pensamos demasiadamente, sentimos muito pouco, necessitamos mais de humildade que de máquinas, mais de bondade e ternura que de inteligência, sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá."                                                                                                                                           Charles Chaplin. Vivemos cotidianamente em busca do saber, da ciência, daquela dica que auxilie a passar no vestibular. Leituras, exercícios, plantões, revisões, simulados ... Até que o sonho se realiza: graduação! E depois? especialização, mestrado, doutorado, pós-doutorado ... ufa!!! Enfim, hoje "me encontrei" pensando na frase do Chaplin com a qual inicie este texto e senti que tenho sentido tão pouco. Nossos objetivos para alcançar a felicidade encontram-se demasiadamente atrelados ao sucesso profissional. Não que se formar, especializar-se, intruir-se seja ruim, ao contrário. Mas, quando buscamos o conhecimento apenas tendo e