O Estado e a segurança pública: proteção, controle e punição.
Foucault, em seu livro Vigiar e punir e , segundo conta a tradição histórica, em seus cursos no Collège de France, traz uma classificação tipológica dos Estados modernos. O Estado do Antigo Regime é visto como um Estado territorial ou de soberania , cuja divisa era “fazer morrer e deixar viver”. Esse Estado haveria evoluído para um Estado de população em que a população demográfica, de modo geral, substitui o "povo político" e, depois, para um Estado de disciplina, cuja divisa se inverte em “fazer viver e deixar morrer”: um Estado que se ocupa da vida dos sujeitos para produzir corpos sãos, dóceis e disciplinados. O que se vê atualmente não é um Estado de disciplina, mas – segundo a expressão de Gilles Deleuze – um “Estado de controle” : ele não tem por objetivo ordenar e disciplinar, mas gerir e controlar. Depois da violenta repressão das manifestações contra o G8 de Gênova, em julho de 2001, um funcionário da polícia italiana declarou que o governo não queria