Rifa-se um coração

Me sinto hoje parte do poema de Clarice Lispector. Sinto vontade de rifar sentimentos, pensamentos e até um coração. Diante da realidade que me cerca, olho e busco as coisas do alto, onde sei que posso encontrar conforto, consolo e compreensão. Insisto em acreditar que as pessoas podem melhorar, principalmente eu. Enfim, rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração à moda antiga. Um coração travesso que insiste em pregar peças no seu usuário. Rifa-se um coração que, na realidade, está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões. Um pouco inconseqüente, que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Enfim, por ser o que sou, sofro o que sofro, mas, no íntimo, tenho a sensação de estar fazendo o que é certo... não sei ser ditador...e, para falar a verdade, sinto-me bem, por querer o bem e agir para tal... Rifo um coração, não como barganha, ou no sentido pleno, do leilão, na verdade, quero repartir a intencionalidade de fazer o que é certo, na certeza de que nem sempre se acerta, mas nem por isso há que se desistir. Invoco, convido, convoco aqueles que tem boas intenções, que errantes vislumbram acertar para, juntos, construirmos uma vida mais alegre, onde não seja necessário rifar nada. Enfim, reparto sentimentos a fim de unir pessoas, por momentos melhores. 
               Com muita fé, um beijo no seu coração, Bruno.

Comentários