Desumanização: a obsolescência programada do amor.

Hoje ouvi uma pessoa dizer: "as coisas não são mais como eram antes!" De fato, antes, coisa era coisa, e pessoa, era pessoa. Atualmente, há muitas coisas que ninguém quer vender ou que muitos não conseguem comprar, enquanto isso, pessoas se vendem, de diferentes formas e pelos mais variados preços. A obsolescência programada extrapolou os limites econômicos/industriais e adentrou a esfera social. Relacionamentos programados para durar minutos, horas, quiça uma noite. Homens e mulheres na balada comportando-se como se estivessem num fast-food. Como escrevi em outro post: sobra sexo, mas falta amor. No campo da amizade, cinco mil amigos no facebook e dois ou três companheiros para os momentos de tristeza. Sempre gostei da ideia de livre-mercado, mas, quando o assunto é amor, sentimento, corpo, alma... liberdade tem se tornado libertinagem. Além disso, também sou um pouco meritocrata, em alguns aspectos, mas não gosto quando se confunde individualidade com egoísmo e indiferença. Retrógrado? Talvez. Mas o que me incomoda são os resultados dessa "liberdade ilimitada": pessoas vazias, insatisfeitas, magoadas, incompletas e/ou, numa hipótese um pouco melhor, insensíveis. O egoísmo tem massacrado as famílias, os relacionamentos. A busca da felicidade individual acima de qualquer coisa e a qualquer custo gera a tristeza geral. O que você é capaz de fazer para obter sucesso? Não venho aqui acusar ninguém, ao contrário, penso no todo, na sociedade contemporânea, carente de amor, de atenção, de sentimento. Neste sentido bem disse Chaplin: "mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido". Não pense também que estou defendendo o sorriso fácil, o abraço sempre pronto, não! Defendo a sinceridade, a verdade regada pelo amor, aquela capaz até de mentir para não magoar alguém, se isso não for extremamente necessário. Quanta gente vivendo atrás de máscaras, de comportamentos superficiais, sendo agradáveis por interesse. Querer viver sem a verdade, ou sem um amor verdadeiro, por medo de sofrer, é como cortar uma árvore para resolver o problema das folhas que caem no quintal. Não teremos mais as folhas, porém, também não teremos frutos. Repito, não estou contra ninguém, apenas a favor do amor, da amizade verdadeira, da sinceridade, da autenticidade. Aliás, que eu não perca de vista esses ideais e que sejamos detentores de muitos amigos verdadeiros e de um amor que nos leve além de tudo que já sonhamos. Um beijo no coração, Bruno.

Comentários

  1. É um presente ser sua aluna e conviver um pouquinho com essa pessoa extraordinária que consegue transmitir em tudo o que faz dom que Deus lhe deu. Vc é demais, mancha!!
    M.

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  2. Obrigado pelos elogios! Eu é que sou privilegiado: tantos alunos/amigos. Mais do que mereço. Abraço!!!

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  3. Professor, você é top zika da balada!

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