A Geografia: institucionalização e correntes de pensamento.

A Geografia é uma ciência que se destaca por seu caráter interdisciplinar. Trata-se de uma ciência que transita e se apropria de conhecimentos das mais diversas áreas: economia, física, química, biologia, etc. Definir seu objeto de estudo não é tarefa fácil, contudo, para a maioria dos geógrafos é o estudo das relações entre sociedade e espaço, entre meio natural e meio social. 
A Sistematização do conhecimento geográfico deu-se em meados do século XIX, com Humboldt e Ritter, viajantes denominados naturalistas. Quanto as principais correntes do pensamento geográfico, Friedrich Ratzel, no século XIX, defendeu o Determinismo Geográfico, também chamado de Determinismo Ambiental. Nesta concepção as condições naturais determinam o comportamento do homem, interferindo na sua capacidade de progredir. Ratzel cria conceitos como: espaço vital, região natural, fator geográfico e condição geográfica. Em resposta, surge ao fim do século XIX, na França, o Possibilismo, cujo principal representante é Paul Vidal de La Blache que procurou abolir qualquer forma de determinação, adotando a idéia de que a ação humana é marcada pela contingência. A natureza é considerada como fornecedora de possibilidades para que o homem a modificasse e a técnica o instrumento humano de dominação do meio natural. Há ainda outras correntes, que surgem no século XX:
Método Regional: contraria o Possibilismo e o Determinismo. Enfatiza o estudo de áreas e atribui à diferenciação, a analogia dos espaços, como objeto da geografia. Essa corrente ganha importância nos anos de 1940/1950 com Alfred Hettner e Hartshorne.
Nova geografia: Surge após a Segunda Guerra Mundial com o objetivo de justificar a expansão capitalista, defendendo a utilização do método positivista lógico (Neopositivismo),  através do uso de técnicas estatísticas para compreensão do espaço geográfico.
Geografia Crítica: Surge após a década de 1970 em oposição às correntes anteriores, com intuito de auxiliar o processo de transformação da sociedade. Esse paradigma repensa a questão da organização espacial, herdada basicamente da nova geografia. Busca ir além da descrição de padrões espaciais, procurando analisar as relações dialéticas entre formas espaciais e os processos históricos que modelam os grupos sociais.

Uma abraço e bons estudos, Bruno.

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