O Natal e as máscaras!

    Natal para mim é sempre uma data especial. Mesmo antes de entender o significado religioso desta data, eu já entendia o poder que a data tem de reunir as pessoas, de fazê-las se abraçarem, de trazer alegria, comilança e festa. Este ano será, sem dúvida, para maioria, um natal diferente. Para uns, o primeiro natal sem alguém querido, para outros, momento de celebrar vitórias, apesar das dificuldades deste ano, para outros, ainda, apenas mais um natal, mais bebida, roupa nova, comida... 
    Sempre vejo no Natal uma oportunidade, quase uma desculpa, um pretexto, um momento especial para reaproximação, para declarar nossa amizade, nosso amor e/ou admiração por alguém.
    Neste ano "covídico", onde o mundo mudou, circunstâncias e rotinas novas, onde o isolamento e a escassez de abraços se impõem, algumas coisas não mudaram. Permanece a oportunidade de expressar o amor, de pedir perdão, de ajudar alguém, assim como, permanecem em nosso meio, o preconceito social, étnico, de cor; a maldade, a indiferença, a corrupção...
    Num ano que está marcado pelo uso da máscara, o natal também se torna uma oportunidade de tirá-la. Não digo tirar a máscara que cobre a boca, o nariz... não! Temos, neste período natalino e de fim de ano, uma inclinação a nos tornarmos mais introspectivos e abertos, de fazermos planos, projetos e etc. Então, porque não aproveitarmos para tirar as máscaras que colocamos ao longo da vida, aquelas que nos fazem agir e falar com base no que o outro espera de nós, para agradar, impressionar, dominar... Espero que este ano, um pouco mais maluco que o normal, nos sirva de pretexto para sermos autênticos, para fazer nascer em nós a coragem e a determinação necessárias para viver intensamente aquilo que nossas convicções pedem. Não se trata de ser, ou estar, certo ou errado, trata-se de revestir-se daquilo que realmente somos e cremos e enfrentar o que for preciso na busca da autenticidade e da paz. Talvez nos definirmos menos pelo que fazemos e mais pelo que pensamos, pelo que cremos, pelo que gostamos. 
    Natal também é tempo de reavivar e reafirmar a fé, as convicções, aquilo que de fato somos e, para mim, somos fortes enquanto frágeis, sim, de modo antagônico e contraditório somos fortes, enfrentamos e somos capazes de vencer obstáculos que não imaginamos e, ao mesmo tempo, somos engolidos pelo medo, pela tristeza e pela insegurança. 
    Neste natal, em especial, vou jogar minha máscara fora, aquela que coloco para parecer que sou forte, que sei de tudo, que não erro, que nada temo... Enquanto isso, vou colocar aquela de pano, na busca de proteger aqueles que amo e até aqueles que nem conheço.

É tempo, e sempre é, de tirar as máscaras da hipocrisia e renunciar aos estereótipos, de deixar nascer em nós o que há de melhor, de bom, de honesto, de sincero e puro.

Feliz Natal!

Um beijo no coração, Bruno.

    
    

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